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Falar a Verdade a Mentir

por José Henrique Cunha, em 27.05.09

Falar a Verdade a Mentir é o título duma peça de teatro escrita por Almeida Garrett em 1845. A obra era uma crítica cómica à sociedade da altura.

 

A peça conta a história de dois criados, José Félix e Joaquina, que se vão casar. Joaquina veio com os seus patrões do Porto para Lisboa, onde vive José Félix, o que lhes deu a oportunidade de estarem juntos.

Joaquina revela então a José Félix que Amália, a filha do seu amo, prometeu-lhe que lhe iria dar um dote de cem moedas quando se casasse.

Mas Joaquina disse que havia um problema: Duarte, o noivo de Amália, era um mentiroso compulsivo, e o pai de Amália (Brás Ferreira) disse-lhe que se o apanhasse numa mentira, acabava com o seu casamento.

Interessado no dote, José Félix disse a Joaquina que tinham que dizer isso a Duarte, pois senão ele iria ser apanhado, o casamento iria ser cancelado e Joaquina nunca receberia o dote de Amália.

Mas demasiado tarde! Duarte já tinha começado a contar mentiras ao pai de Amália, que após algumas histórias extraordinárias, começou a desconfiar dele.

Quando Amália finalmente contou as exigências do seu pai a Duarte, este ficou muito baralhado, e começou a confundir as suas mentiras.

Numa tentativa de socorrer Duarte, José Félix, fez-se passar por pessoas que Duarte mencionara nas suas mentiras, como por exemplo Tomás José Marques e Milorde Coockimbrook.

Mas no fim do dia, o pai de Amália descobriu que o seu futuro genro tinha mentido, apesar das suas mentiras terem acabado por ser verdade.

Como agradecimento pela sua ajuda e pela "lição" que ele lhe deu, Duarte oferece um saco de dinheiro a José Félix. Com o "vício" de Duarte emendado e com o desejo de José Félix pelo dinheiro, satisfeito, a peça acaba com um final feliz.

 

Os nossos políticos locais estão a ficar peritos em construir verdades a partir de mentiras e o que me intriga, ou até não, é a displicência com que alguns Opinion Makers vão branqueando esta situação com a ideia de que mais vale ter do que não ter, mesmo que o preço a pagar seja a honorabilidade.

 

O enredo da peça acima referido em itálico pode ser encontrado em vários sítios na Internet.

 

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José Henrique Cunha

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